segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tony Martin: Blackmore Rock Bar, São Paulo/SP - 06/09/09

O ex-vocalista do Black Sabbath, foi competente em sua performance, e agradou em cheio o público que compareceu ao Blackmore Rock Bar para prestigia-lo.


Independentemente da preferência dos fãs de Black Sabbath em relação aos vocalistas que já passaram pela banda, a noite do último domingo, 06, prometia ser especial para aqueles que acompanham a trajetória do grupo e sabem reconhecer o valor de todas as fases. Prometia ser e foi. O vocalista Tony Martin voltou ao Brasil para a turnê comemorativa pelos 20 anos de lançamento do álbum “Headless Cross”, um dos registros preferidos do próprio Tony Iommi e que conta com o mestre Cozy Powell arrebentando a bateria. Após cantar em Brasília, Martin trouxe o show para a capital paulista, onde se apresentou no Blackmore Rock Bar. “I See a Rainbow Rising” A noite começou com um atraso que parecia eterno até a entrada da banda de abertura, o ótimo Rainbow Rising, grupo que presta tributo ao Rainbow de Ritchie Blackmore. Formada por músicos experientes, o grupo conseguiu repor as energias do público que aguardava entediado após duas horas desde que a casa tinha aberto as portas. No repertório um passeio por todas as fases do Rainbow: “Kill the King”, “All Night Long”, “I Surrender”, “Street of Dreams” e “Wolf to the Moon”, do álbum “Stranger in Us All”. Para fechar o show a banda chamou o tecladista do Eterna, José Cardilho, para apresentar a obra-prima de Dio e Blackmore, “Stargazer”. Após mais uma hora de espera, às 02h30 da madrugada, finalmente a banda que acompanha Tony Martin sobe ao palco. “Look, to the Headless Cross” Antes mesmo de começarem a tocar um problema técnico com o equipamento do tecladista Geoff Nicholls atrasou o show em mais 10 minutos. Mas às 02h40 o show - finalmente - começou. Amado e odiado por muitos, Tony Martin é o segundo vocalista que mais gravou com o Sabbath. Foram cinco discos de estúdio. Os dois últimos registros com o grupo, “Cross Purposes” e “Forbidden”, não foram lembrados nessa apresentação, porém, os verdadeiros fãs tiveram a oportunidade única de ouvir canções que nem mesmo o Black Sabbath tocou em suas turnês com Martin. O vocalista foi acompanhado neste show por três músicos brasileiros que representaram muito bem os fãs: Davis Ramay (guitarra), Daemon Ross (guitarra) e Diego Padilha (baixo). A banda contou ainda com o baterista Denny Needham e com o simpaticíssimo Geoff Nicholls, que em vários momentos tentou agitar a galera e se mostrou o verdadeiro maestro do show. Com a banda muito bem entrosada, apresentaram algumas das músicas mais marcantes do período de Martin no Black Sabbath: “Born to Lose”, “When Death Calls”, “The Shinning”, “Devil & Daughter”, “Headless Cross”, e também algumas obscuras para fã nenhum botar defeito, como “Black Moon”, “Eternal Idol” e “Nightwing”, com direito a solo de violão do próprio Tony. Antes de apresentar “Feels Good to Me”, o vocalista disse que a próxima música tinha até um videoclipe que “era um lixo”. Bom, a tradução para a palavra usada não é bem ‘lixo’, já que o termo foi “shit”... Ainda brincou dizendo que na época ele tinha cabelos. Enquanto Daemon Ross fazia o solo, Tony simulou a parte do videoclipe onde Tony Iommi é filmado como se estivesse em uma plataforma giratória. É brega mesmo. Algumas músicas de sua carreira fora do Sabbath também foram lembradas, como “Breathe”, “Scream” e a ótima “Raising Hell”. Foi uma apresentação marcante pelo repertório e pela competência com que a banda executou as canções. Tony Martin há tempos não tem a mesma capacidade vocal da época do “Headless Cross”, afinal o tempo passa, e o cantor deve agradecer todo dia aos criadores dos programas de efeito que o ajudam com o vocal ao vivo. E a ajuda não é pouca, tudo comandado por Nicholls no canto do palco. Tony finalizou comentando que em 2010 é aniversário de 20 anos do lançamento de “Tyr”, e quem sabe ele possa fazer uma nova turnê com um repertório especial deste disco. Essas turnês comemorativas às vezes parecem simples caça-níqueis, mas quando se está ali, na frente do palco, ouvindo um artista que você admira cantando músicas que ainda te fazem ‘bater-cabeça’, a sensação é que cada centavo e cada minuto da longa espera valeram a pena.
Fonte: TDM

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