quinta-feira, 4 de junho de 2009

BOTEROCK WORLD: Biografia de Slash expõe relação conturbada do Guns N’Roses



LANÇADA EM SETEMBRO DO ANO PASSADO, BIOGRAFIA MOSTRA ALTOS E BAIXOS NA VIDA DO EX-GUITARRISTA DO GUN´S.

Existe um sem números de biografias do Guns N’Roses, em geral com o carimbo de “não autorizada”, mas nunca um gunner da formação original veio a público contar detalhes tão íntimos da história do grupo, como fez agora Slash em sua autobiografia. “Fez” é o modo de dizer, porque quem se encarregou de extrair toda a história do guitarrista foi o jornalista e escritor Anthony Bozza, que já tem no currículo livros com os polêmicos Tommy Lee, baterista do Mötley Crüe, famoso por uma fita de sexo que circula na internet com a atriz Pamela Anderson, e o rapper Eminem. E o subtítulo “Parece exagerado, mas não significa que não aconteceu” já dá pistas do conteúdo de “Slash”.

Lendo o livro todo é difícil imaginar que um sujeito como Slash, que tem cobras como animais de estimação e leva uma vida sob padrões estranhos até para um rock star, tenha se sentado à frente de um computador e digitado algo. Claro que isso não rolou; coube à Bozza transformar o papo de contador de histórias do guitarrista em texto de agradável leitura. Ou não, já que o assunto principal não é exatamente a música, mas sexo e drogas e rock’n’roll, incluindo aí os detalhes mais sórdidos que levam o leitor a duvidar se eles realmente aconteceram. Mas se o que vale é a história...

Anthony Bozza (FOTO), acredita piamente que tudo que Slash contou é verdade; só duvida do guitarrista, discretamente, quando o assunto é o retorno dele ao Guns N’Roses. Dá uma olhada aí:

Rock em Geral: Como você e o Slash se conheceram e como decidiram escrever essa biografia?
Anthony Bozza:
O empresário dele entrou em contato comigo, ele me conhece há anos, desde que eu escrevo para a Rolling Stone. Ele é fã dos meus livros e do que escrevo na revista. Ele também trabalha com o Tommy Lee, e desde que “Tommyland”, o livro que eu escrevi com o Tommy, foi um best seller aqui nos Estados Unidos, ele pensou em mim como o primeiro nome para escrever com o Slash.
REG:
O Slash escreveu alguma coisa, usando um computador, ou ele só foi entrevistado por você?
Anthony: O Slash não escreveu nada no computador. Eu não tenho certeza se ele realmente sabe usar um. Ele foi entrevistado por mim e eu escrevi tudo. Ele me enviou uns poucos parágrafos para acrescentar usando o Blackberry e me deu umas páginas escritas à mão. Mas ele falou sobre tudo e leu cada página do livro, então nesse nível nós trabalhamos juntos. Mas no geral eu fiz entrevistas e então escrevi tudo.
REG:
O assunto que mais aparece nesse livro é o Slash usando drogas. Vocês pensaram duas vezes antes de escrever toda a verdade? Aliás, vocês escreveram realmente toda a verdade?
Anthony:
Algumas coisas nós tivemos que tirar porque as histórias poderiam ferir terceiros, mas tudo que escrevemos no livro é verdade. O Slash é um cara muito aberto sobre o seu uso de drogas e quis ser bem honesto sobre tudo. Ele não queria que parecesse que ele estava sempre drogado, então tivemos cuidado com isso, mas era importante para ele contar a verdade e os fatos de uma maneira bem honesta.
REG:
O modo de vida do Slash parece ser bem fora dos padrões, mesmo em se tratando de um rock star. Foi difícil trabalhar com ele, agendar as entrevistas?
Anthony: Sim, o Slash é único. Ele me deu o tempo que eu precisei para fazer tudo, só que em períodos do dia bem estranhos. Fizemos quase todas as entrevistas entre meia noite e quatro da manhã. Fizemos edições por telefone de qualquer lugar onde ele se encontrasse no mundo, entre três e oito da manhã. Isso foi estranho. Não acho que vi a luz do dia nos últimos dois meses de trabalho. Tive que trabalhar nos horários dele.
REG: Nesse período, foi difícil pegar o Slash sem ele estar drogado ou no meio de uma turnê?
Anthony:
O Slash estava totalmente limpo durante o processo de escrever o livro, e ele estava gravando o último disco do Velvet Revolver, então estava em Los Angeles. Durante os estágios finais do livro, eu fui ao Canadá durante os primeiros shows da turnê do Velvet Revolver para fazer a edição com ele.
REG:
Você entrevistou outras pessoas para checar as informações passadas pelo Slash?
Anthony:
O Slash está numa banda com dois dos ex-integrantes do Guns N’Roses, então não foi difícil verificar algumas coisas.
REG:
O tempo todo no livro o Slash fala sobre Axl com extremo cuidado, sempre fazendo ressalvas de que Axl deve ter um ponto de vista sobre todos os assuntos. Você acha que essa abordagem cuidadosa ocorreu pelo temor de causar mais problemas entre eles, já que eles têm causas judiciais em andamento?
Anthony:
Eles já resolveram as pendências legais deles, estou certo disso, mas é claro que ele teve cuidado com o que disse por causa disso. Eles estiveram envolvidos em processos judiciais por 11 anos! O Axl tem um histórico de processos, e por isso tivemos cuidado em como dizer certas coisas.
REG:
No livro, mais de uma vez o Slash disse que é impossível para ele voltar a tocar no Guns N’Roses. Mas, olhando para a história do rock, todo o tempo bandas que acabaram, com o passar do tempo, voltam. Você acha que isso poderia acontecer no caso do Guns N’Roses?
Anthony:
Eu não acho que isso aconteceria. Mas coisas estranhas têm acontecido...
REG:
Mesmo que a banda não se reúna, você acha que eles conseguem chegar a um acordo para lançar material antigo, que continua inédito?
Anthony:
Seria ótimo. Eu tenho certeza que eles têm horas e mais horas de filmagens de palco e cenas de bastidores, da turnê do “Use Your Illusion”. Como fã eu adoraria ver isso.
REG:
Em poucas palavras, como você definira um cara como o Slash?
Anthony:
Depois de escrever cerca de 120 mil palavras sobre ele, eu diria que em algum lugar do livro você vai encontrar como defini-lo...
Para ler a entrevista na integra, acesse o link abaixo: http://www.gardenal.org/rockemgeral/2008/09/biografia_de_slash_expoe_relac.php

Anthony Bozza (FOTO), trabalhou em biografias de gente famosa nos Estados Unidos, dentre eles, astros da TV no seguimento comédia, e tem uma opinião bastante interessante. "Aprendi a duras penas que os comediantes são mais sinistros que os rock stars!"

Fonte: Rock em Geral - Fotos: pesquisa Google - Texto final: Boterock.

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