Não se fazem mais supergrupos como antigamente. A expressão surgiu nos anos 60 para caracterizar bandas que reuniam, entre seus integrantes, nomes previamente consagrados ¿ Crosby, Stills Nash & Young, Blind Faith, Travelling Wilburys e...vá lá, Audioslave e Velvet Revolver, para citar exemplos mais modernos.
O recém-formado quarteto Dead Weather mereceu por parte da imprensa gringa o epíteto de supergrupo, ao reunir Jack White (White Stripes, Raconteurs), Alison Mossheart (a cantora do duo The Kills), Dean Fertita (Queens of the Stone Age) e Jack Lawrence (Greenhorns e Raconteurs). Formado em janeiro, o grupo compôs e gravou as canções de seu disco de estreia, Horehound, em meras três semanas. Seriam as credencias da turma suficientes para que o DW pudesse ser chamado impunemente de "super"?
Rock clássico destilado
O currículo dos integrantes pode ser menos estelar que o dos supergrupos dos anos 70. O som, entretanto, guarda bastante similaridade com as barulheiras daquela era. Horehound traz composições divididas de forma mais ou menos uniforme entre todos os membros da banda. Mas na prática o que se ouve é o mesmo tipo de blues-rock atualizado (leia-se: com a adição da sujeira típica das garage bands) que Jack White vem aperfeiçoando desde os tempos do White Stripes.
É uma espécie de classic rock (leia-se Led Zeppelin, Stones & cia.) ultradestilado, sem os excessos exibicionistas de outrora, mas ainda almejando àquele caráter larger-than-life que os dinossauros pré-punk exibiam. A grande diferença é que White, um estilista da guitarra simultaneamente brutal e virtuoso, aqui se limita a tocar bateria, deixando a cargo de Fertita a tarefa de criar os riffs e solos.
Gravado em Nashville, Tennessee, o disco traz aquela respiração pesada que é usualmente associada ao rock feito no sul dos Estados Unidos. Mesmo assim, as comparações com o Zeppelin procedem. O boogie paquidérmico que a banda cria em faixas como 60 feet tall (com direito a "pausas climáticas" antes dos solos, bem a la Led Zeppelin II), I Cut Like a Buffalo ou Treat Me Like Your Mother almejam emular a pancadaria de Page, Plant, Jones & Bonham. Mesmo New Pony, cover de Bob Dylan, ganha o tratamento zeppeliano.
Voltando às pretensas raízes sulistas, o suingue de Rocking Horse é pantanoso, como se surgisse das profundezas do bayou de Nova Orleans; na instrumental 3 birds, os quatro brincam de trilha sonora para algum filme inexistente de detetives. Para fechar o disco, metem o pé no freio no descarnado blues Will There Be Enough Water?
Falta a Horehound originalidade. Mesmo sem ser explicitamente revisionista, o Dead Weather contenta-se em soar rascante e sujo, sem se preocupar em oferecer nada de realmente novo. A "novidade" real surge nos vocais de Alisson Mossheart, mais descabelada e solta do que em sua banda original, The Kills.
Ela canta como uma versão ainda mais rascante de PJ Harvey, grunhindo, sussurrando e gritando de uma forma que, não raro, chega a soar excitante. Nas músicas em que os backing vocals de White disputam com ela o primeiro plano (I cut like a buffalo, New pony, So far from your weapon), a tensão (quase sexual) é palpável, dando uma nova dinâmica à sonoridade meio repetitiva das 11 canções do disco.
É uma espécie de classic rock (leia-se Led Zeppelin, Stones & cia.) ultradestilado, sem os excessos exibicionistas de outrora, mas ainda almejando àquele caráter larger-than-life que os dinossauros pré-punk exibiam. A grande diferença é que White, um estilista da guitarra simultaneamente brutal e virtuoso, aqui se limita a tocar bateria, deixando a cargo de Fertita a tarefa de criar os riffs e solos.
Gravado em Nashville, Tennessee, o disco traz aquela respiração pesada que é usualmente associada ao rock feito no sul dos Estados Unidos. Mesmo assim, as comparações com o Zeppelin procedem. O boogie paquidérmico que a banda cria em faixas como 60 feet tall (com direito a "pausas climáticas" antes dos solos, bem a la Led Zeppelin II), I Cut Like a Buffalo ou Treat Me Like Your Mother almejam emular a pancadaria de Page, Plant, Jones & Bonham. Mesmo New Pony, cover de Bob Dylan, ganha o tratamento zeppeliano.
Voltando às pretensas raízes sulistas, o suingue de Rocking Horse é pantanoso, como se surgisse das profundezas do bayou de Nova Orleans; na instrumental 3 birds, os quatro brincam de trilha sonora para algum filme inexistente de detetives. Para fechar o disco, metem o pé no freio no descarnado blues Will There Be Enough Water?
Falta a Horehound originalidade. Mesmo sem ser explicitamente revisionista, o Dead Weather contenta-se em soar rascante e sujo, sem se preocupar em oferecer nada de realmente novo. A "novidade" real surge nos vocais de Alisson Mossheart, mais descabelada e solta do que em sua banda original, The Kills.
Ela canta como uma versão ainda mais rascante de PJ Harvey, grunhindo, sussurrando e gritando de uma forma que, não raro, chega a soar excitante. Nas músicas em que os backing vocals de White disputam com ela o primeiro plano (I cut like a buffalo, New pony, So far from your weapon), a tensão (quase sexual) é palpável, dando uma nova dinâmica à sonoridade meio repetitiva das 11 canções do disco.
Fonte: JB Online
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