quinta-feira, 12 de novembro de 2009

BOTEROCK - ACHADOS E PERDIDOS

CD - ANDRE MATOS
Por POR CARLOS MESQUITA
Segundo trabalho solo do vocalista é um oásis para virtuosos e fãs de metal.

No time que acompanhou Andre em Time To Be Free (2007), apenas uma modificação. Saiu o batera Rafael Rosa. Entrou Eloy Casagrande, de 18 anos. Nas guitarras, seguem os virtuosos André “Zaza” Hernandes e Hugo Mariutti (ex-Shaaman), irmão do não menos virtuoso baixista Luis Mariutti (ex-Firebox, Angra e Shaaman). Nos teclados, continua o experiente Fabio Ribeiro. Andre aqui foi além. Dividiu a produção com outro velho conhecido: o gringo Sascha Paeth, que, ao lado de Miro Rodenberg, mixou e masterizou a bolacha na Alemanha. “Leading On!” abre o álbum no espírito que predomina no CD quase o tempo inteiro, mas com um elemento rítmico bem brasileiro. Em qualquer disco de Andre, os vocais trabalhados são outra constante que salta aos ouvidos, como na introdução de “I Will Return”. Para os apreciadores da boa barulheira, existem momentos pesadões, como em “Someone Else”. Com uma pegada típica de power metal, “Shift the Night Away” dá sequência ao trabalho. Depois, vem a balada “Back to You”. E ainda nem se chegou ao meio do repertório, que inclui a faixa-título, “The Myriad”, “When the Sun Cried Out”, “Mirror of Me”, “Violence”, “A Lapse in Stream” e “Don’t Despair”, exclusiva para o mercado brasileiro.

Album: Mentalize
Artista: Andre Matos

Gravadora: Azul Music


DVD - More
Por CHRISTIAN PETERMAN

Clássico do cinema psicodélico tem trilha sonora do Pink Floyd

O filme de estreia do cineasta Barbet Schroeder, More (1969), é um dos mais sinceros expoentes do cinema psicodélico. Nascido no Teerã (Irã), Schroeder ficou conhecido no Brasil por seu bukowskiano Barfly, pela indicação ao Oscar que recebeu por O Reverso da Fortuna e, mais recentemente, pelo polêmico documentário O Advogado do Terror. Mas nessa sua primeira obra ele contou a história de “amour fou” entre um alemão (Klaus Grünberg) e uma americana (Mimsy Farmer) em Paris e em Ibiza, com consumo intenso e didáticos de maconha, heroína e LSD. Traduções perfeitas desses delírios químicos apresentam-se na fotografia solar do mestre Nestor Almendros (um tanto perdida em fullscreen) e na trilha sonora composta pelo então emergente Pink Floyd. Já posterior à era Syd Barrett, essa trilha foi o terceiro trabalho da banda, lançado quatro anos antes do marco histórico Dark Side of the Moon. Visto hoje, o filme é um retrato já bastante crítico da sina autodestrutiva de muitos dos jovens na era do amor e das drogas livres. E com uma trilha que é de fato a maior viagem.
Gravadora: Magnus Plus


CD - STING - Por POR CARLOS EDUARDO

Disco conceitual do cantor e baixista sobre o inverno tem teor suporífero

A recente turnê de retorno do Police poderia acenar com algum retorno de Sting ao pop rock. Que nada. A carreira solo de Mr. Gordon Mitchell Sumner sempre se caracterizou por tentativas (nem sempre eficientes) de forjar um pop jazz adulto, muitas vezes bem chato. Este novo trabalho fica em cima do muro, quase caindo pro lado da chatice total. O que temos aqui é um álbum contemplativo e conceitual sobre o inverno e sua dualidade como tempo de solidão e tristeza para uns e de alegria e renovação para outros. Sting escolheu canções e poemas tipicamente britânicos de séculos passados como “The Snow It Melts The Soonest”, “Soul Cake” e “Hurdy Gurdy Man”- essa última não tem nada a ver com o antigo hit de Donovan. Das quinze composições, apenas duas canções são autorais, uma delas, “The Hounds Of Winter”, já apareceu em seu disco de 1996, Mercury Falling>. A outra, “Lullaby For Na Anxious Child” é inédita. Mesmo que o conceito seja interessante e o instrumental tenha o cuidado de apenas revestir as composições, a voz de Sting parece ter perdido seu característico agudo, propondo ao ouvinte o exercício de concentrar-se nas tradições eminentemente britânicas sobre a época mais fria do ano. Um disco literalmente frio, sem trocadilhos.

Album: If On Winter’s Night
Artista: Sting
Gravadora: Deutsche Grammophon/Universal

Fonte: RS

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