Menos de um ano após sua última passagem pelo Brasil o vocalista Tim ‘Ripper’ Owens volta ao país para uma nova turnê, desta vez na divulgação de seu primeiro álbum solo, o ótimo “Play My Game”.
Pelo menos oficialmente a turnê é para divulgar o álbum, mas na primeira apresentação da série de shows agendadas pelo país Owens cantou apenas duas músicas desse trabalho. Não é raro o caso de vocalistas que passaram por importantes bandas do Heavy Metal e carregam esse legado nas costas como um fardo ou maldição. Paul Di’Anno é provavelmente o exemplo mais nítido disso.Com o lançamento de “Play My Game”, Owens tem tudo para não deixar sua carreira ficar na sombra de seus poucos anos à frente do Judas Priest, mas na ótima apresentação realizada na última sexta-feira, 16, em São Paulo, o vocalista preferiu seguir pelo caminho fácil e apresentou ao público uma série de canções do Judas e outros clássicos do Metal.A noite começou com a longa espera daqueles que foram ao Manifesto para assistir ao show e não curtir uma balada no bar. Como sempre acontece em shows em locais desse tipo, o horário divulgado é apenas o da abertura da casa e as apresentações demoram muito para começar, deixando o público cansado, sentado pelo chão e encostado nas paredes. Às 00h25 a banda Burn Down adentrou ao palco para acordar o povo que esperava pela apresentação de Owens. O grupo fez uma apresentação pequena, tocando cinco músicas, incluindo dois covers: “Get me Through”, do Ozzy, e “Attitude”, do Sepultura, e músicas próprias como “Unleash” e “Lost Soul”.Apesar da boa apresentação, o que ficou marcado no show do Burn Down foi a interrupção por uma das cordas da guitarra ter quebrado e o grupo não ter um encordoamento reserva. Erro primário. Com isso a banda chegou a recolher os equipamentos até que surgiu uma corda salvadora que permitiu ao grupo tocar as duas últimas músicas.“What’s my name?” Faltavam 15 minutos para as duas da manhã quando os músicos da banda Tempestt tomaram suas posições no palco. Tim ‘Ripper’ Owens chega vestindo um colete de couro e boné para apresentar um dos maiores e mais queridos clássicos do Judas Priest: “Painkiller”. A banda, o vocalista e o público mostraram logo na primeira música que aquela seria uma apresentação especial.Logo na seqüência Owens faz a pergunta que não poderia faltar: “What’s my name?”. O público responde aos brados como manda o roteiro: “The Ripper”, e então é tocado esse belo hino composto pelo guitarrista Glenn Tipton. A trinca inicial termina com “Burn in Hell”, única música apresentada no show do álbum “Jugulator”, primeiro do Judas Priest com Owens. Essas três músicas foram mais que suficiente para fazer os presentes se renderem à energia do show. “Believe”, do álbum solo “Play my Game”, mostrou ao público o que eu comentei no início, que Owens não precisaria fazer um show baseado em músicas de outros artistas. Mas além dessa, o vocalista apresentou apenas mais uma música de seu primeiro disco, “Starting Over”. O repertório contou também com “Highway Star” (Deep Purple), “Rising Force” (Malmsteen), “Flight of Icarus” (Iron Maiden), “Symptom of the Universe” (Black Sabbath) e “And… You Will Die” (Beyond Fear).Mas metade do repertório foi mesmo baseado em músicas do Judas Priest: “Electric Eyes”, “Grinder”, “One on One”, “Breaking the Law” e “The Green Manalishi (With the Two-Pronged Crown)”, que na verdade é um cover do Fletwood Mac. “Living After Midnight” encerrou a apresentação por volta das 03h00 da madrugada. Owens se mostrou bem simpático e conversou bastante com o público. Logo no início do show o vocalista comentou que o público estava parecendo uma platéia japonesa, indo à loucura durante as músicas e permanecendo em silêncio ao fim de cada canção. “A diferença são os olhos”, comentou Owens. BJ (guitarra), Paulo Soza (baixo), Gabriel Triani (bateria) e Leo Mancini (guitarra) - integrantes do Tempestt - foram os músicos que acompanharam Owens na apresentação. A banda deu um show na execução dos clássicos apresentados, principalmente o guitarrista Leo Mancini, que além de tocar muito tem uma ótima presença de palco. Seria bom se Owens reformulasse o repertório, obviamente sem esquecer clássicos do Judas, mas dando um espaço maior para mostrar seu próprio trabalho. De todo modo, essa foi uma apresentação memorável.
Fonte: RockOnLine
Atulizado em 22/10, ás 21:30
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