Lemmy é o avô do heavy metal. Lemmy é o padrinho do thrash metal. Lemmy, mesmo britânico, é a síntese do rock'n'roll de Los Angeles. Lemmy foi roadie de Jimi Hendrix e teve um filho com uma groupie que perdeu a virgindade com John Lennon. Lemmy é fã de Beatles, de Little Richards e de Elvis Presley. Lemmy é uma lenda. Lemmy é um mito. Lemmy é Lemmy. "Dane-se o Keith Richards!", conclui Dave Grohl em declaração ao documentário "Lemmy", exibido na noite desta terça-feira (17) em Cannes depois de fazer sua première mundial no festival South By Southwest, nos Estados Unidos, em março. Realizado por Greg Olliver e Wes Orshoski, o filme reúne depoimentos de gente do metal, do punk, do rap e até da eletrônica na tentativa de explicar o fascínio por trás do homem com a voz mais estragada, o maior bigode, as verrugas mais feias e, provavelmente, a atitude mais cool da história do rock.
Lars Ulrich assume ser fã número 1 do Motörhead. James Hetfield, Kirk Hammett e o baixista ex-baixista Jason Newsted, também do Metallica, assumem que "roubaram" ideias de Lemmy. Até Ozzy Osbourne, um dos pioneiros do heavy metal, reconhece que sem a injeção punk que o baixista do Motörhead trouxe ao gênero talvez a história teria sido bem diferente. Mick Jones, ex-Clash, Peter Hook, ex-New Order, Slash, ex-Guns N'Roses, Henry Rollins, ex-Black Flag, Dave Navarro, ex-Janes Addiction, todos têm orgulho em dizer às lentes dos documentaristas norte-americanos que são tietes de Lemmy e que o grande segredo de seu fascínio está no grau de autenticidade de tudo o que Lemmy faz.
Em paralelo a isso, Olliver e Orshoski se aproximam do artista para resgatar as anedotas antigas, visitar os lugares frequentados por ele e acompanhar três anos da vida do líder do Motörhead na estrada - além de jam sessions com Grohl, Metallica e sua banda de blues The Head Cat. Os fãs vão se deleitar com a coleção de baixos Rickenbaker e amplificadores que Lemmy carrega nas turnês.
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Com uma narrativa bem editada e cativante, "Lemmy" consegue prender a atenção do espectador pelas quase duas horas. O filme tem o mesmo ritmo e fluidez que alguns dos melhores e mais recentes exemplos de documentários sobre este universo, como "Metal - A jornada de um headbanger" e "Flight 666", sobre o Iron Maiden, ambos da dupla Sam Dunn e Scott MacFadyen. Procurados pelo site brasileiro G1 ao final da sessão em Cannes, Olliver e Orshoski garantiram que têm todo interesse em trazer o filme para o Brasil em breve. "Seria ótimo! Sabemos que o país tem um público ótimo de metal, e temos dois brasileiros na equipe trabalhando conosco. Em todo shows eles eram homenageados quando Lemmy tocava 'Going to Brazil'. Espero que a gente consiga levar o Lemmy também", concluiu Orshoski.
Fonte: G1\Fotos: Boterock
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