Eduardo Kaneco
Redação TDM.
Redação TDM.
“What Lies Beneath” é o segundo álbum de estúdio de Tarja Turunen lançado após sua demissão conturbada do Nightwish. Novamente, o som lembra muito sua ex-banda, mas aqui a atmosfera está mais encorpada e pesada.
Tarja é a compositora de todas as faixas, co-escrevendo com parceiros como Michelle Leonard, Kiko Masbaum, Johnny Andrews, Toby Gad, Lindy Robbins, Anders Wollbeck, Matthias Lindblom, Alex Scholpp, Jessika Lundstrom, Kid Crazy, Kristoffer Karlsson, Bart Hendrickson e Angela Heldmann. A exceção é “The Archive of Lost Dreams”, uma balada centrada nos vocais e piano, composta exclusivamente por Tarja.
Além dos co-compositores, Tarja, responsável pelos vocais e piano, é acompanhada pelos músicos Alex Scholpp e Marzi Nyman nas guitarras, Doug Wimbish (Living Colour) no baixo, Christian Kretschmar nos teclados, Mike Terrana (Rage, Axel Rudi Pell, etc.) e Will Calhoun (do Living Colour, em “Crimson Deep”) na bateria, Max Lilja (Apocalyptica) no violoncelo, Jyrki Lasonpalo, Pauline Fleming and Rémi Moingeon (Lahti Symphony Orchestra) nos violinos, e ainda pela The Slovakian Orchestra and Choir.
Há também vários convidados especiais. O grupo de vocal acapella alemão Van Canto está na faixa de abertura, “Anterrom of Death”, que começa com instrumentos de corda e órgão Hammond aos quais se junta o vocal de Tarja na estrofe em mid-tempo e logo cai no pesado refrão com melodia agressiva e original. No meio da música aparece o Van Canto, num belo trabalho operístico que lembra “Bohemian Rhapsody” (Queen). Arrojado e belíssimo.
Joe Satriani é outro convidado especial. Ele está em “Falling Awake”, uma composição melodiosa típica da época do Nightwish, com dois solos harmoniosos e rápidos, e muitos gritos de guitarra ao longo da execução.
Phil Labonte, ex-vocal do Shadows Fall, aparece na étnica e pesada “Dark Star”, que tem violoncelo em destaque e alguns elementos eletrônicos misturados com temas indianos.
Além de “Falling Awake”, “Until My Last Breath” e “I Feel Immortal” são os ‘singles’ que puxam as vendas deste lançamento. A segunda é a que tem mais pegada comercial, principalmente para apresentações ao vivo. Os vocais têm bela melodia e o refrão pode ser cantado junto pelo público e tem uma parte com um belo complemento de coro. “I Feel Immortal” é uma bonita balada gótica.
A voz aguda de Tarja contrasta com o tom grave e soturno de baixo e guitarra em “In For a Kill”. “Underneath” é outra balada típica da carreira da cantora finlandesa. Em “Little Lies”, os destaques vão para o interessante refrão e para a bateria quebrada de Mike Terrana.
O clima estranho, arrepiante e deprimente de “Rivers of Lust” aproxima Tarja da música da islandesa Björk. Aliás, foi na Islândia que Tarja gravou os clipes dos ‘singles’ deste disco.
A épica “Crimson Deep” tem levada sabbathiana e é a única composição de assimilação difícil, por ser propositalmente arrastada e com muito canto lírico.
A edição deluxe traz três faixas bônus. “We Are” é metal melódico e gótico, com solo de guitarra ‘freak’, no estilo Tom Morello. “Naiad” é outra balada gótica orquestrada, com um tema de teclado arrepiante, como o Uriah Heep costumava colocar em seus primeiros discos.
“Still of the Night” é a cover da canção do Whitesnake, que ficou muito boa no início, com o chimbau dando clima de mistério e Tarja um tom de sensualidade nas partes cantadas, porém, na segunda metade da parte instrumental, que no original era um daqueles momentos mais brilhantes da história do rock, aqui ficou com andamento rápido demais, apesar do reforço da orquestra.
Enfim, “What LIes Beneath” mostra uma evolução em relação ao debut “My Winter Storm”, com uma produção que deixou baixo e bateria com mais pegada e composições mais próximas ao som que Tarja executava no Nightwish.
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