sexta-feira, 15 de junho de 2012

RUSH: “Clockwork angels” - Ano de lançamento 2012.


Muitos duvidavam do fôlego da banda para criar algo tão forte e pulsante, como nos anos 70 e 80, mas eles reapareceram com uma obra maior do que um simples disco novo. Os canadenses do Rush, talvez o maior power trio em atividade na música mundial, lançaram oficialmente na terça-feira (12) o vigésimo álbum de estúdio de uma competente carreira.
“Clockwork angels” ("Anjos mecânicos", em tradução literal) foi concebido em três anos, com gravações e ensaios dividindo espaço com uma grande turnê que colocou o trio na estrada por quase um ano, em comemoração aos 30 anos de outra obra prima, o disco “Moving Pictures”, considerado o mais técnico da banda.
Para a surpresa e delírio dos fãs, o álbum vem completamente conceitual, mostrando que a fórmula para outros clássicos setentistas da banda, como “2112”, “Caress of steel” e “Hemispheres” ainda é um caminho muito bacana para se seguir. Então Alex Lifeson, Geddy Lee e Neil Peart, os três patetas do rock (hard ou progressivo, ao gosto do freguês) conseguiram montar com o produtor Nick Raskulinecz (Foo Fighters, Deftones) uma sonoridade tão forte quanto as letras criadas pelo baterista Neil Peart para o “Clockwork”. Nick também trabalhou com a banda no penúltimo álbum de estúdio, o "Snakes & arrows", de 2007.
Está tudo lá, como se fosse uma visita ao passado do Rush: um baixo marcante, se aproximando em alguns momentos às batidas do funk clássico, acompanhado de samplers usados na hora certa; assim como os solos de guitarra de Lifeson e a bateria destruidora de Peart, considerado o melhor do mundo. "Sem dúvidas, nesse momento, depois de estarmos juntos há quase 38 anos, alcançamos nossos 'anos maduros'. Chegamos quentes e suados de trabalho", explica Neil Peart, no encarte oficial do disco.
As músicas, inspiradas em histórias de escritores como Júlio Verne e H.G. Wells, contam a história de um homem jovem, viajando por um mundo de sonhos, alquimias e ficção científica. Mas tudo tem seu tempo, sua hora, dentro de uma disciplina, como retrata a própria capa do disco: um relógio com as horas trocadas por símbolos da alquimia, complementado por um vermelho forte e chamativo. "Falei com os rapazes sobre a ideia de um mundo imaginário, pelo qual havia me interessado recentemente, pensando em fazer um grande cenário para uma suíte de canções que contariam uma história", continua Peart.
Para contar essa história, uma mistura de climas e ritmos foi elaborada nas 12 faixas, uma para cada passagem desse "relógio". Já na abertura, com "Caravan", uma batida marcante e uma linha de baixo bem funkeado tenta dizer algo como: a caravana vai sair e queremos que você fique conosco. As músicas vão de verdadeiras porradas sonoras, como em “Seven cities of gold” e “Headlong flight”. Algo ainda mais viajado aparece na faixa título e também em "BU2B2”, com Lee sendo acompanhado por um arranjo de cordas, com destaque para o violoncelo. Ou ainda "The Garden", o grand finale, uma balada com lindo arranjo para piano, violão e guitarra. Em "The Wreckers", eles resolveram inventar ainda mais: Geddy assumiu as guitarras e Lifeson, o baixo.
A história contada em “Clockwork angel” deve virar também livro, um romance de ficção científica. O disco chega ao Brasil no próximo dia 28 de junho e o Rush sai em turnê em setembro. Enquanto isso, muita gente vai torcer para que eles passem por aqui e façam apresentações inesquecíveis, como aconteceu em 2002 e 2010.



Fonte: G1.

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