quinta-feira, 10 de novembro de 2011

URIAH HEEP: Em entrevista guitarrista fala sobre a longividade da banda, álbum novo e outras histórias...

O Território da Música conversou com o guitarrista Mick Box que falou sobre a carreira, sobre a afinidade musical que possui com o tecladista Phil Lanzon e ainda transpareceu que entre a banda e Ken Hensley (teclado) ficou alguma mágoa depois da saída deste da formação. Confira a entrevista.

O Uriah Heep lançou “Into the Wild” em abril passado. Como o público, seus fãs, reagiram ao álbum e como está a turnê atual?

Mick Box
: Está sensacional tanto por parte dos fãs como da mídia.

“Into the Wild” é menos pesado e agressivo que “Wake the Sleeper”. É como um álbum dos anos 1970. Vocês tinham a intenção de captar e trabalhar essa sonoridade?

MB:
Para ser honesto, este disco é apenas uma extensão do “Wake the Sleeper”. O novo é um álbum de rock e foi uma sugestão da gravadora, a Frontiers. “Into the Wild” foi gravado com a banda tocando no estúdio junto, como se fosse ao vivo e isso dá um clima de anos 1970. É assim que costumamos gravar, como uma banda e não separadamente, de forma fragmentada.

Você e Phil Lanzon são os principais compositores das canções de “Into The Wild”. Como foi esse processo de composição e criação?

MB:
Nós trabalhamos muito bem juntos. Como se fossemos parentes ou irmãos espirituais durante o processo de composição. Nós escrevemos tudo desde a primeira nota e a primeira palavra até que tenhamos terminado a canção.

“I Can See You” é uma canção muito pessoal para você. É difícil tocá-la ao vivo?

MB:
Não temos tocado muito essa canção ao vivo, mas eu gosto quando fazemos [N. do E.: A canção fala sobre perder entes queridos e faz referência à mãe do músico, falecida em 1987].

A banda acabou de lançar o álbum “Live in Armenia”. Por que escolheram a Armênia para gravar um álbum ao vivo? Como foi tocar por lá?

MB:
Simples: Fomos convidados. Não é um lugar no qual já havíamos nos apresentado anteriormente, então pensamos que seria uma boa idéia. Eles queriam documentar o evento então fizemos acordos com a organização para termos as gravações. Soou e ficou visualmente ótimo, então pensamos que era legal lançar esse material, até porque não são muitas bandas que tocam por lá.

Depois de 40 anos de carreira e 23 álbuns, como fazer para se manter relevante na cena musical? Vocês consideram a possibilidade de aposentar a banda?

MB:
Nunca! Quando você tem tanta diversão, por que parar? Temos a mesma paixão e energia pela nossa música que sempre tivemos, portanto não há razão para pararmos.

O que você ouve atualmente? Alguma banda nova tem chamado sua atenção? Alice Cooper gravou uma canção com a cantora pop Ke$ha, é algo que o Uriah Heep faria?

MB
: Eu tenho certeza que poderia acontecer, mas ainda não foi desta vez. Eu provavelmente abraçaria a idéia se me fosse sugerida. Eu ouço de tudo e me mantenho informado sobre as novidades, isso é muito importante.

O Uriah Heep passou por diversas mudanças em sua formação. A formação mais estável foi entre 1986 e 2007, antes de Russell Gilbrook entrar na banda. O que é preciso para manter uma formação?

MB:
É preciso que todos estejam no mesmo clima de criatividade e de acordo com cada passo que é tomado. É preciso que cinco pessoas estejam caminhando na mesma direção o tempo todo.

Posso perguntar sobre Ken Hensley? Houve alguns atritos quando ele saiu da banda. O tempo curou essas desavenças/diferenças?

MB:
Não, não houve nada. Mesmo no seu tempo no Uriah Heep, Ken queria ser um artista solo. O que ele não compreende é que no Uriah Heep ele tinha sucesso mundial, mas sozinho isso fica muito menor.

Com quais, entre os muitos músicos com quem tocou, você encontrou melhor afinidade musical?

MB:
A maioria deles, na verdade! Eu tive uma ótima relação de cumplicidade e entendimento com David Byron (voz) e com Gary Thain (baixo). Praticamente a mesma que tenho com Phil Lanzon hoje.


Com “Into the Wild” recém lançado, o Uriah Heep contabiliza 23 discos de estúdio em sua carreira que já chegou às quatro décadas de existência.

Apesar de diversas mudanças na formação, a banda se mantém fiel à sonoridade que a tornou famosa e que conquistou fãs por todo o planeta: um Har rock clássico, com pitadas de heavy metal e rock progressivo.

Os álbuns de maiores sucessos da banda foram lançados nos anos 70, clássicos como "Look At Yourself" (1971), "Demons & Wizards" (1972), "The Magician´s Birthday" (1972), "Sweet Freedom" (1973), "Wonderworld" (1974) e "Return To Fantasy" (1975).


Todos os créditos:
Lizandra Pronin
Redação TDM

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