quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NAZARETH: Um show clássico no agreste nordestino.


Por Darlan Fernando.

Que sentimentos pode proporcionar uma banda clássica de Hard Rock em verdadeiros fãs do estilo? Um misto de admiração, felicidade e em alguns momentos até mesmo histeria. Foi o que eu vi e senti na expressão de cada um dos presentes no pátio de eventos da cidade de Caruaru na noite do dia 15 de novembro de 2012.
No lado de fora do espaço reservado para o Agreste In Rock, fãs de todas as idades desfilavam seu orgulho de está ali naquele momento histórico para o Hard Rock no nordeste. Desde crianças com camisas do Kiss, passando por jovens, adultos e senhores com cabelos e barbas brancas, várias gerações e suas camisetas do Rainbow, Uriah Heep, Thin Lizzy, Led Zeppelin, Ufo, e claro a atração da noite, os escoceses do Nazareth. Abro espaço aqui para citar o meu amigo Rildo Duarte, o maior fã do Nazareth que eu conheço ao me dizer visivelmente emocionado o seguinte: ”Darlan eu nunca vi tanta gente com camisa do Nazareth juntas na minha vida!” E era verdade, camisas de todos os tipos e épocas estavam ali, verdadeiros fãs de Classic Hard Rock, apaixonados não só pela música do Nazareth, apaixonados pela boa musica. Eles desfilavam com suas camisas e muito mais do que isso, desfilavam com o orgulho no peito. Ali estava mais do que o logotipo de suas bandas preferidas, ali estava o verdadeiro amor a um estilo esquecido pela grande mídia, mas que ao julgar pelo que vi não morrerá nunca e estará eternamente vivo nos corações de seus fãs. É um amor incondicional que passa de pai para filho, e o Nazareth nesta noite foi à razão maior desse amor.
E ao se falar de amor e hard rock, não se pode deixar de citar a presença feminina no evento, pois as mulheres são a razão de ser do estilo, afinal sem elas não haveriam as letras, ou seriam poesias de amor? Elas estavam lá sim, em menor número é verdade, mas presentes, desfilando sua beleza ora selvagem, ora delicada em modelos, tipos e maquiagens das mais diversas: eram loiras, morenas e ruivas, dando um clima todo especial aquele momento!As pessoas conversando, contando histórias de sua vida ligadas ao rock, as camisas, os sons dos carros reproduzindo alguns dos maiores clássicos do estilo, enfim, na atmosfera espiritual do lugar, o ar que se respirava era o do verdadeiro Rock And Roll.
Essa atmosfera de harmonia que é comum no meio começava a ganhar contornos tensos, pois a produção teve alguns problemas com a montagem do equipamento e isso atrasou em algumas horas o inicio do evento o que culminou com o cancelamento da apresentação de algumas bandas.
O show não pode parar, afinal de contas não havia sequer começado ainda. Por volta das 23:00 horas sobe ao palco Joanatan Richard & The Bluz e eu que não conhecia a banda fiquei muito feliz com o que presenciei. Os caras fazem um som calcado no blues e rock and roll de primeiríssima linha. O líder da banda, vocalista e guitarrista Joanatan Richard é um show a parte, além de tocar muito seu instrumento e mandar muito bem nos vocais, o cara não se cansa um instante e a cada nova canção algo inusitado pode acontecer como ocorreu em Apoliticamente Um Blues em que ele pediu licença ao público durante o solo e saiu do palco, em alguns instantes o cara estava solando no meio da galera, correndo de um lado para o outro sem parar o solo um instante sequer, simplesmente rock and roll, uma belíssima apresentação dos caras.
Na sequencia devido à falta de tempo, tivemos algumas apresentações canceladas e por volta d a meia noite eis que sobe ao palco uma das lendas vivas do Classic Hard Rock. O baterista Lee Agnew e o guitarrista Jimmy Murrison foram ovacionados quando subiram no palco, mas foi quando Pete Agnew apareceu que as coisas tomaram uma proporção de idolatria, como de costume o baixista já entrou brincando com o público, uma simpatia inerente aos grandes. Mas meu amigo quando Dan McCafferty subiu ao palco eu, e acho que todos que estavam presentes percebemos o que é está diante de um dos ídolos do Hard Rock, aquela figura simples, se transforma num ser poderoso diante do microfone, esse cara é o responsável por muitos dos melhores momentos de nossas vidas rockeiras, sua voz potente e rouca, suas interpretações, enfim, estávamos diante de uma das maiores vozes da história do rock.
No inicio do show algo ficou perceptível já na primeira canção, Dan Mccafferty não estava se sentido muito bem, sua voz falhou em alguns momentos e ele estava ofegante, mas aí é onde entra a diferença de um monstro dos vocais para um outro vocalista qualquer, ele não arregaçou em nenhum momento, seguiu em frente e meu amigo o que é aquilo hein? Que voz é aquela? O cara está com 66 anos e eu confesso que em alguns momentos cheguei a não acreditar no que estava ouvindo. Se ele não está mais cantando como antes e eu fiquei tão impressionado, eu fico imaginando como seria está apenas a três metros de distancia (como eu estava) no auge da carreira dessa cara.
Os clássicos foram se sucedendo a todo instante ‘Telegram’, ‘Sunshine’, ‘Cocaine’,‘This Fligh Tonight’ e a cada nova canção a sensação de satisfação da galera ia se tornando maior. A banda imprime um peso extra ao vivo que deixa a coisa toda ainda mais eletrizante. Lee Agnew cumpre muito bem seu papel dando sangue novo à pegada setentista da banda. Jimmy Murrison é um guitarrista correto, carismático e parece está mais solto no palco, interagindo o tempo todo com o público e mandando ver numa riferrama dos infernos durante todo o show. Quanto a Pete Agnew não se tem muito o que falar, o cara toca muito, agita o tempo todo, brinca com o público, segura os backing vocais, enfim uma verdadeira lenda do hard rock.
‘Broken Down Angel’ foi um dos momentos mais marcantes da noite, o público cantou a canção em uníssono, maravilhoso. Outro instante que merece ser mencionado foi durante a canção ‘Sunshine’quando McCafferty não conseguiu cantar uma frase da música, e esse que vos escreve e outros afortunados completaram a frase e ele olhou para nós e agradeceu com um “obrigado” ao microfone, simplesmente maravilhoso. Já posso até dizer que cantei com o Nazareth!
“Dream On” e “Love Hurts”foram casos a parte. O lugar virou literalmente um coral a céu aberto na noite de Caruaru. Fantástico você olhar para os lados e ver todo mundo, eu disse todo mundo ao seu redor cantando a letra das canções, algo que o tempo nunca irá apagar da minha memória, afinal essas canções resistiram ao teste do tempo.
Whisky, Drink, Woman foi dedicada as mulheres presentes no evento, sem dúvida mais um grande momento do show. Dan chamou o público para um dueto: “I sing whisky and you sing yeah” disse o vocalista e a galera participou com muita empolgação.
Rildo, fã alagoano numero 1 da banda, mostra seu "troféu".
Bem, eu achava que o auge do show já havia sido alcançado, mas me enganei, faltava um dos maiores clássicos da história do Hard Rock. E eis que se iniciou a bateria e na sequencia o riff inesquecível de “Hair Of The Dog”, meu amigo, o local veio abaixo. Todos cantando juntos, pulando, dançando, inclusive meu amigo Almir que até então pouco tinha agitado, passando maior parte do tempo tirando fotos da banda, incluindo as desta resenha, curtindo um dos melhores momentos da noite. Lembro de está dançando e ao olhar para o lado ver meus amigos Rildo e João Pedro se acabarem de tanto pular, foi demais. ‘Hair Of The Dog’ na integra com direito a dancinha de Dan e Jimmy, gaita de fole e tudo mais, maravilhoso! Foi assim que se encerrou a primeira parte da apresentação.
A plateia gritava o nome da banda quando Lee Agnew subiu ao palco e iniciou ‘Night Womam’ para delírio dos fãs. É impressionante como essa canção ganha força ao vivo, ela vai crescendo, crescendo e de repente toma conta de todos ao seu redor. Quando eu tive a certeza que o show estava por acabar, olhei para o João e disse: “Eu queria que eles tocassem ‘Love Leads To Madness’, mas pelo visto não vai ser ela, o guitarrista pegou a guitarra (...)”, e daí Jimmy dá o primeiro acorde, foi o suficiente para um sorriso de um canto a outro do rosto tomar conta do meu semblante, eu não acreditei que a minha música favorita do Nazareth estava sendo tocada por eles naquele momento a menos de três metros de mim e ainda encerrando um show, simplesmente maravilhoso!
Que venham outros eventos assim, que as clássicas bandas do Hard Rock façam do nordeste sua rota definitiva para apresentações, nós só teremos que agradecer e aproveitar cada instante.
 

2 comentários:

The Bluz disse...

Agradecemos a citação da nossa apresentação, e que bom que gostaram, apesar de tudo que (assim como outras bandas passaram)passamos, o lado musical e artístico superou, pelo menos pra nós e para o público presente.
Parabéns pelo blog, muito massa mesmo!!
Joanatan Richard

The Bluz disse...

Agradecemos a citação da nossa apresentação, e que bom que gostaram, apesar de tudo que (assim como outras bandas passaram)passamos, o lado musical e artístico superou, pelo menos pra nós e para o público presente.
Parabéns pelo blog, muito massa mesmo!!
Joanatan Richard