Por falta de um, agora temos dois álbuns do Chickenfoot em versão nacional e
mais barata. E nada como um álbum de alta qualidade para desintoxicar em relação
ao decepcionante e previsível Rock in Rio, festival recheado de atrações ruins e
de quinto escalão em nome de uma suposta pluralidade e diversidade cultural.
Graças à Hellion Records, selo paulista que também é loja de música na
Galeria do Rock, em São Paulo, os dois álbuns chegam às prateleiras com preço em
torno de R$ 30.
O lançamento de “Chickenfoot III” era um dos mais aguardados do ano, depois
de dois anos de hibernação da superbanda formada por Joe Satriani (guitarra),
Sammy Hagar (vocal e guitarra), Michael Anthony (baixo) e Chad Smith (bateria -
atualmente em turnê com sua banda principal, o Red Hot Chili Peppers).
O que era uma reunião de amigos para fazer um um som gostoso e pesado de transformou em um sucesso imprevisto, que obrigou todos os integrantes a refazerem suas agendas e mudar seus destinos musicais.
O que era uma reunião de amigos para fazer um um som gostoso e pesado de transformou em um sucesso imprevisto, que obrigou todos os integrantes a refazerem suas agendas e mudar seus destinos musicais.
“Até que demorou para que todo mundo conseguisse se acertar após o final da
turnê norte-americana, que ocorreu no começo de 2010. As agendas pessoais foram
cumpridas e só entramos em estúdio quando todos estivessem livres e focados no
novo álbum”, disse Satriani ao site Blabbermouth.
O resultado é que o novo álbum é realmente mais focado e menos “zoeira”, ou
menos “descompromissado”. A fórmula inicial prevalece – um hard rock festeiro,
rápido e pesado -, mas agora a pegada é outra: diminuem as remissões óbvias ao
Van Halen (que dominavam o primeiro, “Chickenfoot”, graças à influência de
Anthony e Hagar, ex-integrantes do gigante dos irmãos Eddie e Alex Van Halen) e
direcionam o som para uma linha que nos leva aos ecos da primeira fase do Led
Zeppelin.
O imenso sucesso do primeiro álbum jogou uma repsonsabilidade grande para o quarteto, que não esperavam o estouro da “brincadeira”. O bom humor está lá, com letras sacanas e bem sacadas, mas o instrumental está mais polido e trabalhado, revelando uma esperada e necessária maturidade. O clima de jam e de encontro de amigos evoluiu para uma reunião de pesos pesados do rock e todo mundo saiu ganhando.
O imenso sucesso do primeiro álbum jogou uma repsonsabilidade grande para o quarteto, que não esperavam o estouro da “brincadeira”. O bom humor está lá, com letras sacanas e bem sacadas, mas o instrumental está mais polido e trabalhado, revelando uma esperada e necessária maturidade. O clima de jam e de encontro de amigos evoluiu para uma reunião de pesos pesados do rock e todo mundo saiu ganhando.
A piada sobre o nome do segundo CD – “Chickenfoot III”, sendo que não existe
um “II” – resume bem o que é o novo álbum. “É tão bom que parece que pulamos do
primeiro álbum direto para o terceiro”, disse Sammy Hagar a uma emissora de
rádio da Califórnia.
E é isso mesmo. É tão bom que superou a ótima estreia, quebrando tudo logo na
abertura, “Last Temptation”, um rock poderoso e ganchudo, com acento pop na
medida para mostrar a que veio o quarteto, assim como “Big Foot”. “Lighten Up” e
“Alright Alright” transitam facilmente entre Led Zeppelin, Deep Purple e Van
Halen, mais aceleradas e divertidas, enquanto que “Up Next” traz um peso até
então inédito na carreira de todoas os integrantes, flertando com o heavy
metal.
“Three and a Half Letters” também aposta no peso e deixa um pouco de lado a
festa para investi em um lado mais sério, assim como a bela e energética ”No
Change”. O blues aparece em diversas formas e velocidades em ”Something Going
Wrong” e “Dubai Blues”. Different Evil” desacelera e mostra como uma balada hard
pode beirar uma obra-prima.
Desnecessário dizer que “Chickenfoot III” se trata de um forte candidato a
melhor álbum de rock do ano.
Marcelo Moreira - Combate Rock.
Marcelo Moreira - Combate Rock.
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