Em uma noite na qual as bandas disputaram a audiência com o grupo inglês Oasis, que faz turnê pelo Brasil, e com uma chuva forte que caía do lado de fora, um encontro metal estremecia as estruturas do Via Funchal, em São Paulo, na noite do último sábado (9). Angra e Sepultura, duas bandas brasileiras com carreira internacional, se juntaram para um show especial, com quase quatro horas de duração. Os músicos do Angra comemoravam o retorno do grupo após dois anos de recesso, provocado por uma sucessão de problemas. Enquanto isso, o quarteto do Sepultura lembrou os 25 anos de trajetória ininterrupta, apesar das inúmeras situações pelas quais passaram neste meio tempo e que tinham tudo para colocar um ponto final na história da banda.
Por volta das 22 horas, os primeiros acordes da sinfônica "Unfinished Allegro" criaram todo um clímax para a entrada do Angra, emendando logo na sequência "Carry On", uma dobradinha já clássica, tirada do álbum "Angels Cry", o primeiro da carreira da banda. O público, um pequeno exército de camisetas pretas, fez coro a plenos pulmões acompanhando o vocalista Edu Falaschi, com as mãos para o alto e as cabeleiras em movimento. "Bom estar de volta depois de dois anos. Para nós, pareceu dez, foi bem difícil", desabafou Falaschi, no intervalo entre as canções "Nova Era" e "Waiting Silence".
Sepultura, 25 anos de história
A plateia teve meia hora para recompor a cabeleira desalinhada e o pescoço dolorido. Pouco antes da meia-noite, o Sepultura subiu ao palco fazendo muito barulho ao som de "A-Lex IV", do recente CD "A-Lex", inspirado no livro "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess. A voz aguda e as madeixas loiras de Edu Falaschi deram lugar à voz grave e aos longuíssimos cabelos rastafari do vocalista americano Derrick Green. Foram três faixas do novo trabalho na sequência: "A-Lex I/Moloko", "Filthy Rot" e "What I Do!". No meio do caminho, os fãs da banda não se contiveram e começaram uma sessão bate-cabeça, que foi aumentando ao longo do show.
Apesar do disco "A-Lex" ter funcionado como repertório-base do show, a banda conseguiu incluir sucessos e alguns "lados B". Com seu já famoso bordão "Are you ready?" (vocês estão preparados?) - ou "Vamô aí?"(numa tradução livre do vocalista) -, Derrick levou o público ao delírio com clássicos como "Refuse/Resist", "Sepulnation" e Troops of Doom, do álbum de estreia "Morbid Visions". Atendendo a pedidos, tocaram de improviso "Inner Self". "Estamos comemorando 25 anos de história", exaltou o guitarrista Andreas Kisser, um dos sobreviventes dos altos e baixos da banda, ao lado do baixista Paulo Jr. Já o baterista Jean Dolabella é a mais recente aquisição.
Depois de uma hora e meia de show, o bis veio com a nova "Conform" e o sucesso "Roots". Angra e Sepultura retornaram ao palco, desta vez tocando todos juntos "Immingrant Song", de Led Zeppelin. Trouxeram também uma companhia especial: Marcello Pompeu, vocalista da Korzus, uma das mais importantes bandas de metal nacional. "SP Metal II foi uma coletânea maravilhosa, que praticamente começou o metal no Brasil", lembrou Kisser. Pompeu esbravejou: "Isso foi o hino dos anos 80, a lei é lutar pelo metal e nada mais". O "hino" em questão é "Guerreiros do Metal", clássico do Korzus.
"Paranoid", de Black Sabbath, encerrou a maratona metal, que já virou turnê e está rodando o Brasil.
Texto: ADRIANA DEL RÉ
Fonte: UOL
Fotos: Thiago Kaczuroski (Terra)
Um comentário:
os intrumentos parecem brinquedos nas mãos desses garotos.. hehe.. almir.. tá show de bola o blog =D.. sucessos no trabalho!!
abraços
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