Nada de champanhe, cerveja ou chá de cogumelos. A reunião em que foi fechado o contrato para a realização do lendário festival de Woodstock, em 1969, foi movida a generosas doses de leitinho achocolatado. A revelação, entre muitas outras curiosidades sobre os bastidores do evento que se tornou o marco fundamental do movimento hippie, está em "Taking Woodstock", novo longa-metragem de Ang Lee, diretor duas vezes vencedor do Oscar, que será apresentado neste sábado em sessão de gala para convidados.
LEE, DIRIGINDO SEU FILME NO SET EM 2008
De mutante a travesti
Mas "Taking Woodstock", que tem previsão de estrear na segunda quinzena de agosto deste ano, quando o evento completa 40 anos, não é apenas sobre o festival hippie. Antes disso, é a história do próprio Tiber, garoto esforçado, avesso a drogas e fã da atriz da Broadway Julie Andrews que, além de se livrar da barra da saia da mãe - uma judia opressora e gananciosa -, enfrenta um dilema interior para assumir sua homossexualidade. À medida que se envolve na produção do evento - que levou nada menos do que 500 mil pessoas à região de alguns poucos milhares de habitantes -, Tiber vai se soltando cada vez mais, graças ao idealismo dos hippies e o empurrãozinho do travesti Vilma, interpretado no filme pelo "dentes de sabre" Liev Schreiber.
Filmado sem grandes ousadias estéticas que não o artifício de separar os quadros do filme em duas ou mais partes, já empregado por Lee em seu "Hulk", "Taking Woodstock" é o mais fiel possível na reconstrução histórica do período, com locações quase idênticas e o uso de centenas de figurantes perfeitamente verossímeis. Não se trata de um documentário - sequer há cenas das bandas tocando no palco do festival -, mas de um entre tantos relatos pessoais possíveis de alguém que esteve no evento.É a sua galeria de personagens caricatos (na medida certa) e o humor inteligente dos diálogos que fazem do filme de Ang Lee mais um exemplo de entretenimento bom e despretensioso entre os filmes geralmente mais sisudos mostrados até agora no Festival de Cannes - a animação "Up", da Pixar, e o terror coreano "Thrist" também fazem parte dessa lista.
Ang Lee tinha 14 anos em Taiwan e o país vivia sob proteção norte-americana quando ocorreu nos Estados Unidos o concerto de Woodstock. Lee lembra-se de ter assistido a algumas imagens pela TV daquilo que era chamado de invasão hippie dos EUA, mas ele confessa que só muito mais tarde compreendeu o significado daquele evento. Nunca foi seu desejo tratar do assunto num filme, até ler o livro Taking Woodstock, de Elliott Rider. Ang Lee está em Cannes exibindo o filme baseado no livro e participa da competição pela Palma de Ouro.
LEE, EM AÇÃOA FIDELIDADE CINEMATOGRAFICA IMPOSTA POR LEE, LEVA VOCÊ A SE TRANSPORTAR DE 2009, AO VERÃO DO AMOR 1969, SINTA-SE LÁ COM AS FOTOS SEGUINTES..... E BOA "VIAGEM"............
Concepção da capa (foto), livro que deu origem ao filme de Lee
INFORMAÇÕES BASICAS:
Direção: Ang Lee
Roteiro: James Schamus
Elenco: Emile Hirsch, Demetri Martin (Elliot Tiber), Zoe Kazan, Liev Schreiber, Eugene Levy (Yasgur), Imelda Staunton, Paul Dano, Henry Goodman (I), Jeffrey Dean Morgan, Dan Fogler
Sinopse: Durante o verão de 1969, rapaz trabalha no motel dos pais.
Estréia: 14/8/2009 (Original) 18/9/2009 (Brasil)
Texto: G1, Estadão, exceto ultimo paragrafo BoteRock, Fotos: fontes diversas
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