Eduardo Kaneco
Bag of Bones segue a trajetória tomada pelo Europe a partir do seu retorno em 2004, com o elogiado álbum "Start from the Dark", e continuada em "Secret Society" e "Last Look at Eden", ambos igualmente bem avaliados pela crítica. Os músicos suecos entregam, assim, mais daquele rock visceral, enérgico e encorpado, influenciado fortemente pelas bandas setentistas, principalmente por aquela de Page, Plant, Bonham e Jones.
Os termos "Europe", "Bag of Bones" e "Riches to Rags" (faixa de abertura do disco) induzem a uma inevitável conexão cerebral com a crise econômica atual da Europa. Por isso, não é de estranhar que o tecladista Mic Michaeli, que trouxe a inesquecível melodia alegre de "The Final Countdown" em 1986, aqui compareça em destaque com o tema fúnebre de "Requiem". Essa coerência entre realidade e arte torna esse lançamento uma trilha sonora da atual época e essa é uma das razões porque ele está sendo bem recebido pelo mercado. Além da música em si, claro.
Os termos "Europe", "Bag of Bones" e "Riches to Rags" (faixa de abertura do disco) induzem a uma inevitável conexão cerebral com a crise econômica atual da Europa. Por isso, não é de estranhar que o tecladista Mic Michaeli, que trouxe a inesquecível melodia alegre de "The Final Countdown" em 1986, aqui compareça em destaque com o tema fúnebre de "Requiem". Essa coerência entre realidade e arte torna esse lançamento uma trilha sonora da atual época e essa é uma das razões porque ele está sendo bem recebido pelo mercado. Além da música em si, claro.
As faixas que se destacam são as seguintes. "Riches to Rags", que inicia o álbum com uma base ‘grooveada’ que logo é acompanhada de riff e vocal, ambos soando audaciosos e provocativos. Nela, John Norum mostra sua boa forma em um solo rápido e melodioso. "Not Supposed to Sing the Blues" apresenta bateria zeppeliana nessa composição cadenciada que tem uma ótima letra. "Firebox" surpreende com sonoridade do oriente médio. "Bag of Bones" mostra certo apelo comercial, em seu refrão de fácil assimilação. "Bring It All Home" é o único momento tranquilo do disco, uma balada southern.
As demais canções soam coesas, com uma pegada hard rock bem evidente, com guitarra distorcida e bateria abusando dos pratos, características evidentes em "Demon Head" e "Doghouse". Já "Drink and Smile" remete ao som dos dois mais recentes discos do Whitesnake, principalmente por sua guitarra acústica. "Mercy You, Mercy Me", por sua vez, tem guitarra lembrando Aerosmith, ponte melódica e refrão bem agressivo. "My Woman My Friend" começa como balada, mas vai crescendo. O vocal em lamento prova o quanto Joey Tempest está com o talento interpretativo em alta.
"Bag of Bones" não desmente a recente entrevista de Tempest ao Território da Música quando disse: "Acho que finalmente estamos fazendo um rock‘n’roll decente." O álbum mostra que a formação clássica do Europe (além de Tempest, Norum e Michaeli está o baixista John Leven) se juntou ao famoso produtor Kevin Shirley para fazer o melhor rock de raiz.
01. Riches to Rags
02. Not Supposed to Sing the Blues
03. Firebox
04. Bag of Bones
05. Requiem
06. My Woman My Friend
07. Demon Head
08. Drink and a Smile
09. Doghouse
10. Mercy You Mercy Me
11. Bring It All Home
Selo: earMUSIC / Hellion Records Ano de lançamento: 2012.
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